A Antiguidade estava familiarizada com a ideia de que deuses ou entes divinos aparecessem em figura humana, sendo que o próprio pensamento helenista se interessava pelo poder salutar da epifania irredutível do divino, mas não pelo abandono desse poder. É precisamente aqui que se insere a grande novidade do cristianismo: afirmar que Deus realmente se tornara um ser humano. Essa firme convicção sobre a encarnação do Filho de Deus está presente já nas primeiras testemunhas do cristianismo primitivo, que a exprimem inicialmente não por meio de um discurso conceitual, mas – de modo mais direto e singelo – pelo louvor exultante da fé. É apenas num momento posterior, em que o cristianismo é confrontado com opiniões divergentes, que uma mudança de perspectiva surge em seus escritos: na luta contra os hereges, os diversos líderes eclesiais tiveram de demonstrar coerência e utilizar fórmulas de diferenciação, impactando diretamente no discurso até então utilizado e ocupando sem cessar os Padres da Igreja antiga na tentativa de elaborar uma resposta mais bem articulada à pergunta: Cur deus homo? [Por que Deus se fez ser humano?].
Não se trata de produzir neste livro uma história do dogma da Igreja antiga, mas apenas recordar que a reflexão sobre a encarnação é fruto indelével de uma genuína necessidade de redenção.
Código: |
113453 |
EAN: |
9788515022168 |
Peso (kg): |
0,200 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
0,70 |
Especificação |
Autor |
Ulrich B. Müller |
Editora |
LOYOLA |
Ano Edição |
2004 |
Número Edição |
1 |