A identificação de um povo faz-se por intermédio de sua cultura, ou seja, pelas crenças, normas de comportamento e valores espirituais que constituem as sociedades em geral. Esse reconhecimento abrange todas as nações, inclusive as dominadas por outros países, como ocorreu com o continente africano. A história da África é marcada pelas invasões que sofreu desde a Antiguidade, principalmente das civilizações européias. No entanto, mesmo com essas aculturações, muitas características essencialmente africanas resistiram e permaneceram em seu povo. Foi o que ocorreu com o Buity e o ensinamento de Nyemba, que constituem a doutrina secreta da África Equatorial e mais especificamente da tribo dos eshiras, do Gabão. E, com o intuito de divulgá-la à raça ocidental, o príncipe Birinda trouxe-a até nós por meio de A Bíblia Secreta dos Negros. Com esta obra, ele “almeja o reconhecimento da raça branca de que a raça negra não é espiritualmente inferior (...) as religiões africanas possuem, como as outras, sua Bíblia, sua gênese, revelando aos fiéis que um Deus Supremo é o único Criador do Universo”. Entretanto, não se trata de comparar uma religião com outra, pois quando nos entregamos ao poder da Unidade, vemos que os caminhos percorridos apagam os antagonismos.