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É morto?
Apresenta-se distante e cuspindo estrelas dançantes. Equipado pelas genealogias, e talvez apreciador de taxidermia. É morto?
Preparado pela passagem do noviciado, entrega-se. E a revelação por meio do tiro. É assassinado, vítima de engano ou vingança, entrelaçado nesta aporia. Está vivo?
Epopeia aporética, fragmentária e hiperbólica, onde a musa está ausente, e quando descoberta está de joelhos, ganhando a vida com boquetes. Discurso de um moribundo, entrecortando o tempo, entrega-se ao mundo, consumindo e por ele absorvido.
Mundo amalgama de mortos e vivos. Ultrapassa o espaço do papel do “branco/infinito/circunscrito”, em sincopado ritmo, e querendo sinfonia, entrega-se ao barulho.
Instrumento desta aporia, é menos do que mais importa: o “mundo”, entenda-se o “humano”, enquanto mundo se desfaz, cravando os corpos de cicatrizes.
Pois há corpos e corpos. E que nem quando os corpos estão mortos, no fundo são iguais, com o desequilíbrio do lucro.
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É uma contradição insolúvel, ou uma dificuldade impossível, para o pensamento. Por exemplo, a questão da origem do ser é uma aporia: porque toda origem supõe o ser, e portanto, não poderia ser explicada. A aporia é uma espécie de enigma, mas considerado de um ponto de vista mais lógico do que mágico ou espiritual. É um problema que renunciamos a resolver, pelo menos provisoriamente, ou um mistério que nos recusamos a adorar.
COMTE–SPONVILLE,?André.?Dicionário Filosófico. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
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Código: |
144451 |
EAN: |
9786553612273 |
Peso (kg): |
0,250 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
15,00 |
Espessura (cm): |
2,00 |
Especificação |
Autor |
Bruno Velosa |
Editora |
Kotter Editorial |
Ano Edição |
2023 |
Número Edição |
1 |