Na edição anterior deste livro, descrevi um enquadramento conceitual para a compreensão da crise financeira que começava, então, a desenrolar-se. Reconheci que a crise era mais grave do que muitos estavam dispostos a aceitar, mas nem sequer eu esperava que o sistema financeiro falhasse, de fato, e que a economia global entrasse em colapso. No passado, sempre que estivemos à beira de um colapso financeiro, as autoridades financeiras entraram em ação. Era essa a minha expectativa em 2008, mas não foi isso que aconteceu. A 15 de setembro de 2008, foi deixado que o banco Lehman Brothers abrisse falência, sem que tivesse havido uma preparação correta. No espaço de dias, todo o sistema financeiro sofreu uma paragem cardíaca e teve de ser ligado à máquina para continuar vivo.
O efeito na economia global foi equivalente ao colapso do sistema bancário durante a Grande Depressão, mas o atual é um acontecimento relativamente recente, cujo impacto total ainda não foi sentido...