Vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2017 na categoria contos
A clareza de linguagem de O abridor de letras é a primeira coisa a chamar a atenção. Algo que, quando se encontra no Brasil, é logo temperado com algum grau de Barroco. Ainda que essas histórias não estejam distantes totalmente disso, seja pelo estilo, seja pela temática – a exuberância da natureza e das relações, por exemplo –, é o domínio da linguagem e a consciência que só há no autêntico escritor que não permitem os excessos tão comuns nos paraísos tropicais.
É como se nos encontrássemos com uma forma de narrar à maneira de alguns clássicos brasileiros, mas com um sopro novo. A inventividade tem muitas formas de apresentar-se, e a do autor desses contos é combinar certos traços de um linguajar antigo com uma cosmovisão não somente muito pessoal, mas muito atual. “As quantias, e sempre tudo se resumia a quantias”, lê-se numa passagem, e o raciocínio se emenda numa comparação do tempo com “canal miúdo”. Tudo isso num parágrafo que começa pela frase “Queriam imprimir os seus labéus em mim”.
Quem usa hoje a palavra “labéus”? Certamente um autor com o domínio pleno dos seus meios, para quem o tempo passado, o presente e o futuro têm um significado especial numa narrativa definida como conto, que é também um “canal miúdo”, que ele preenche com as melhores águas.
Código: |
28817 |
EAN: |
9788501111692 |
Peso (kg): |
0,150 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
13,50 |
Espessura (cm): |
0,80 |
Especificação |
Autor |
João Meirelles Filho |
Editora |
RECORD |
Ano Edição |
2017 |
Número Edição |
1 |