Lucy Silchester está bem. Mais que isso, aliás. Ocupada com tantas coisas — como esconder dos amigos detalhes importantes de si mesma, ou odiar o emprego que tem, ou ainda torcer para que seu carro não quebre de vez —, mal tem tempo para a própria vida.
Se tudo o que ela faz parece uma desculpa para não lidar com os próprios problemas, é porque é mesmo. Lucy acredita firmemente que, enquanto viver assim, não terá que lidar com infelicidades e desconfortos. E meio que estava funcionando, pelo menos até um homem acabado, mal-humorado e com roupas horrorosas se apresentar como a vida dela e a obrigar a confrontar a própria situação.
Por meio de um belo empurrãozinho, a vida passa a ajudá-la com as mudanças necessárias para começar a viver de verdade. Só que isso significa uma convivência forçada entre os dois vinte e quatro horas por dia e, o pior de tudo, que Lucy está proibida de fazer o que mais gosta: mentir.
Encarar as próprias escolhas demanda muita coragem, e é preciso ter apoio de quem se ama. Se Lucy parar de ser tão teimosa, quem sabe ela não volta a se apaixonar pela vida.