No livro Mano Penalva, o artista surge como um "relojoeiro" que observa e reconfigura o mundo fragmentado ao seu redor, transformando o cotidiano em um repertório de narrativas ricas e interpretações culturais. Como um flâneur, Penalva coleciona objetos da Rua e da Casa, descontextualizando-os e combinando-os para gerar novos arranjos e novas leituras socioculturais. Suas obras não apenas transformam esses objetos, mas também revelam histórias, tecendo a memória coletiva e a identidade cultural em cada peça.
Penalva explora a interseção entre o artesanal e o industrial, dialogando com questões de consumo e globalização. Materiais como palhinha, ráfia e miçangas de madeira evidenciam seu interesse em capturar a essência cultural dos objetos, ao mesmo tempo que desafia as fronteiras entre o erudito e o popular; o público e o privado. Este livro convida o leitor a reconsiderar o papel das coisas no cotidiano, acompanhando Penalva em uma jornada que revela o potencial transformador do banal e redescobre o extraordinário nas camadas da vida urbana.