Canudos — sua gente, sua terra, suas lutas, seus dissensos instauradores — continua em disputa. Se Canudos e os conselheiristas foram feitos inimigos da República brasileira, do progresso e do desenvolvimento, seus sobreviventes — sobreviventes, não vítimas — espalharam-se como sementes de resistência. Por isso, voltamos a Canudos e às suas lutas. Não para reconstruir o tempo de Antonio Conselheiro como monumento imóvel e petrificado. Trata-se de reconhecer, lá e aqui, o esforço de reavivar "as centelhas da esperança" acesas pela tradição de rebeldia dos pobres, dos trabalhadores, dos oprimidos, que, ao escavar a própria história, vão construindo um modo de ser e de existir que permita romper com as dominações. Voltamos a Canudos, ao sertão e a seus múltiplos sentidos, disputando e contrarrestando os significados impostos desde fora como monumento-barbárie que consolidaram a visão dicotômica e dual entre o sertão e o Brasil. Se o sertão virou o Outro do Brasil, estamos somados a muitas outras Canudos no esforço de ressignificar e renomear o próprio Brasil. […] Este livro se pretende parte do diálogo e da disputa. É uma aposta: somente a tradição dos oprimidos, repensando contradições e reconstruindo veredas, será capaz de despertar as centelhas da esperança por uma vida vivida como construção compartilhada da utopia. Canudos resiste, lá e aqui.
| Código: |
93269 |
| EAN: |
9788593115332 |
| Peso (kg): |
0,400 |
| Altura (cm): |
23,00 |
| Largura (cm): |
15,00 |
| Espessura (cm): |
2,00 |
| Especificação |
| Autor |
Editora Elefante |
| Editora |
Elefante |
| Ano Edição |
2020 |
| Número Edição |
1 |