Amor e humor pela nossa pátria: Em entrevista concedida por ocasião do lançamento de um livro bilíngue, Armindo Trevisan definiu com maestria nosso idioma: "O português, para mim, é uma das línguas mais belas do mundo. É discreto, sutil, não engrossa a voz, tem carinho, tem uma espécie de música inaudível, mas que encanta." Concordo com o poeta. Nosso idioma é apaixonante na sua musicalidade e na fácil adaptação às mais diferentes etnias, aos mais variados pensamentos. Até os palavrões ditos em português podem ser aceitos como manifestação de amizade. Basta uma pequena entonação de ternura na voz. Pensei nisso quando soube do projeto de unificação e ampliação da série OS PECADOS DA LÍNGUA, de autoria de Paulo Flávio Ledur, que conta com as charges do saudoso Sampaulo. Impressiona-me o sinergismo do talento desses dois, que se multiplicava por três ou quatro quando trabalhavam juntos. Os erros de linguagem são apresentados com a segurança do mestre em língua portuguesa e engalanados pelo humor lírico, atrevido, mas nunca destruidor, do chargista consagrado. Os pecados foram coletados no cotidiano, nas conversas do povo com o povo e na comunicação de massa, escrita e falada, para nesta obra serem explicados, corrigidos e perdoados, com muito amor e humor, naturalmente. - Alcy Cheuiche, primavera de 2016.