Os museus têm como pressuposto guardar objetos de valor histórico ou científico para fins de exibição pública, de modo a registrar à posteridade a importância que eles tiveram para a humanidade num período determinado. Mas como seria no caso de um museu que tivesse como objetivo preservar lembranças de pessoas que morreram? Essa é a essência da trama proposta pela japonesa Yoko Ogawa neste O Museu do Silêncio, primeira amostra da produção da autora que a Estação Liberdade traz ao público brasileiro. O sonho de dar cabo ao Museu do Silêncio é de uma velha que vive com a jovem filha e um casal de empregados. Um museólogo - narrador da história - é contratado por ela para tirar o projeto do papel. De personalidade hostil e sem o menor traquejo social, a velha tem lá suas idiossincrasias, sobretudo em relação ao tipo de conteúdo que planeja para o museu: as lembranças dos mortos precisam ser representativas do que eles foram em vida. Uma peça de roupa, uma fotografia sorridente - nada disso. Não se trata de preservar lembranças afetivas. Cada objeto do museu precisa ser a metáfora perfeita da existência do finado. No caso do homem cego, por exemplo, só mesmo seu olho de vidro serve às intenções da velha. E o museólogo - nenhum dos personagens do livro é nomeado - tem que se virar para recolher esse tipo de "relíquia" dos corpos moribundos.
Código: |
161010 |
EAN: |
9788574482699 |
Peso (kg): |
0,375 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
14,00 |
Espessura (cm): |
1,50 |
Especificação |
Autor |
Yoko Ogawa |
Editora |
ESTAÇÃO LIBERDADE |
Ano Edição |
2023 |
Número Edição |
3 |