Reunião de ensaios em comemoração aos 90 anos de vida de Ana Maria Araújo Freire, viúva de Paulo Freire.
 
Ana Maria Araújo Freire é reconhecida por seus esforços e seu êxito na divulgação do pensamento do Patrono da Educação Brasileira. Nita, como é carinhosamente conhecida, tem também uma prestiogosa trajetória: é mestre e doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, época em que foi orientada por Paulo Freire. Em 1986, ambos já viúvos, os então amigos recifenses se reencontraram depois de anos de afastamento. Da troca de ideias e ideais acerca de uma educação libertadora, surgiram a paixão e o amor.
Nita e Paulo Freire foram casados por dez anos, período em que ela acompanhou a escrita de Pedagogia da autonomia – um dos títulos mais lidos do educador – e no qual apoiou seu marido na produção de outros três importantes livros: Pedagogia da esperança, Cartas a Cristina e À sombra desta mangueira. Por comungar da intimidade intelectual e pessoal de Paulo Freire por tantos anos, o caminho natural, após seu falecimento, foi desdobrar sua dedicação de esposa numa missão que tomou para si com muito orgulho: a difusão do pensamento freireano.
A autora possui vasta produção intelectual nesse sentido, tendo sido finalista do prestigioso Prêmio Jabuti, em 2007, com a biografia Paulo Freire: uma história de vida. Além disso, vem organizando volumes póstumos, além de diversos título em torno da leitura de mundo e a maneira de ser e pensar de Paulo Freire.
Aos 90 anos da educadora, a Editora Paz & Terra lhe presta um tributo inédito. Foram compilados especialmente para esta edição alguns dos escritos inéditos ou que estavam dispersos em publicações diversas. São fruto de diversos convites que recebeu para integrar livros, revistas e edições especiais, realizar palestras e receber honrarias em homenagem a seu companheiro de vida, sempre apresentando leituras mais contemporâneas, que refletem sobre como a pedagogia freireana pode nos auxiliar na resolução de conflitos recentes, como a polarização política no Brasil e a violência em nível global.
Ainda, em caráter mais intimista, foram organizadas algumas entrevistas concedidas pela autora, de forma que leitores e leitoras possam se sentir ainda mais próximos dos afetos freireanos. É um livro necessário para a história da intelectualidade brasileira, originado da mais autêntica boniteza.
 
“Este excelente trabalho de nossa querida Nita Freire, viúva de Paulo Freire, nos relembra duas dimensões muito bem tratadas pelo saudoso mestre e tão atuais: a tolerância e a violência. Paulo nos ensinou que a tolerância não pode significar suportar, e sim respeitar — acatar a diferença sem fazer dela divergência.” — Frei Betto
“O texto de Ana Maria Freire apresenta-se como uma ferramenta teórica potente para os que sonham e lutam por uma educação que contribua para construir uma sociedade verdadeiramente democrática e inclusiva.” — Jose Clovis de Azevedo
“A beleza do amor que compartilharam tem como um de seus frutos a excelência com que Nita mantém viva a obra de Paulo.” — Ramón Flecha
“As descrições que Nita Freire faz sobre os pequenos diálogos cotidianos com Paulo Freire, na colaboração que lhe prestava para a produção dos seus textos, têm um notável valor histórico — à altura do valor histórico de Freire.” — Alípio Casali