Manuais de ortografia costumam ser seções dentro de gramáticas ou então textos oficiais em linguagem legislativa, quando não são apenas listagens exemplificando as principais regras da língua. Ocorre que essas mesmas regras têm origens e justificativas, embora muitas vezes pareça que não, dada a quantidade e a variedade de normas existentes no português. O que é inédito nesse Grande manual de ortografia, de Celso Pedro Luft, são os comentários e explicações para cada uma das regras ortográficas, além dos exemplos exaustivos que são oferecidos ao leitor leigo ou especializado. Com edição revista e atualizada por Marcelo Módolo e Mário Viaro (especialistas formados pela USP) sob a supervisão de Lya Luft – viúva do autor –, o Manual traz o alfabeto fonético que segue as prescrições dos últimos encontros internacionais, siglas novas ainda não existentes na última edição, além da supressão de algumas explicações que se repetiam no interior de um mesmo capítulo. A obra se divide em três seções: as letras, os sinais e questões diversas da ortografia, acrescidos de um apêndice com a íntegra de textos oficias da ortografia vigente no Brasil. Na seção sobre as letras, por exemplo, são explicados e exemplificados todos os casos relacionados com o problemático fonema /s/. Quando se usa s e não c, sc ou x ou quando deve ser ss e não c ou ç. Já no capítulo dos sinais encontram-se, entre as explicações detalhadas de todos os acentos, dez regras básicas de acentuação que dão conta de grande parte das dúvidas cotidianas. Finalmente, no capítulo "Diversos", abordam-se conhecidos impasses como as diferenças entre os usos do que, do porque, de mau e mal, como usar abreviaturas ou grafar estrangeirismos.