O desejo de Henry Ford de estabelecer na Amazônia a sua própria plantação de seringueiras causou entusiasmo nos Estados Unidos. Responsável por revolucionar o setor de transportes e a indústria norte-americana, com a introdução do automóvel Ford T, o dono da Ford Motor Company planejava dominar a produção da borracha para não mais depender do cultivo britânico, holandês e francês no Sudeste da Ásia. A utopia tropical de Herny Ford é contada com rigor acadêmico e ritmo de romancista pelo prestigiado historiador norte-americano, Greg Grandin, no elogiado Fordlândia – Ascensão e queda da cidade esquecida de Henry Ford na selva, incluído entre os cem livros “notáveis” do ano no ranking do The New York Times e eleito melhor livro do ano pelos jornais Chicago Tribune e Boston Globe.
De acordo com Grandin, a aventura de Ford na selva brasileira não tinha objetivos puramente econômicos. Ao transplantar para a América do Sul uma típica cidade norte-americana, que logo ficou conhecida como Fordlândia, aquele que era um dos homens mais ricos do mundo sonhava também em recriar um projeto de América, que, sob seu ponto de vista, estava se deteriorando aceleradamente em seu país natal.
Esta é a chave para se entender a ascensão e a derrocada do “reino” arquitetado por Henry Ford no final da década de 1920, segundo Grandin. Para cumprir a missão de industrializar a mata e levar a “magia do homem branco” para o mundo selvagem, Ford ergueu, nas margens do rio Tapajós, uma impressionante localidade com luz elétrica, praças, cinemas, piscinas, campos de golfe e casas com telhados de madeira, nos moldes das pequenas cidades dos Estados Unidos.
Sob as perspectivas mais otimistas, Ford encarnava, naquele momento, o empreendimento industrial norte-americano que substituiria a tradicional tirania feudal dos métodos de plantação no Brasil. Não demorou até que migrantes nordestinos vitimados pela seca chegassem ao encontro do homem que era saudado como “o milionário da selva” ou até mesmo “o Jesus Cristo da indústria”. Mas o sonho de Henry Ford imediatamente se tornaria um pesadelo tropical.
O projeto civilizatório que opunha o dinamismo do capitalismo no início do século 20 e a imobilidade primitiva da Amazônia enfrentou dificuldades desde o início. Ao longo de quase 20 anos, Ford gastaria dezenas de milhões de dólares com a construção de duas cidades, depois que a primeira teve sua plantação arrasada por uma praga. Com todos os problemas de sua dinâmica interna e em seu relacionamento com a natureza, o eldorado de Henry Ford seria abandonado à própria sorte em 1945.
Em visita ao que restou da Fordlândia, 60 anos depois da saída da empresa da Amazônia, o autor Greg Grandin ainda encontra os vestígios de um dos planos mais ambiciosos e fascinantes do empresário que reinventou o capitalismo no século 20. Avançando com o passar do tempo sobre o concreto, a floresta toma de volta seu espaço. E até hoje seus moradores esperam a Terra Prometida de Henry Ford.
Código: | 75853 |
EAN: | 9788532525420 |
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Altura (cm): | 21,00 |
Largura (cm): | 16,00 |
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Fordlândia
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