• experiência interior, A

Somos talvez a ferida, a doença da natureza.
Nesse caso, seria para nós necessário – e, além do mais, possível, "fácil" – fazer da ferida uma festa, uma força da doença. A poesia em que se perdesse mais sangue seria a mais forte. A aurora mais triste? anunciadora da alegria do dia.
A poesia seria o signo que anuncia dilaceramentos interiores maiores. A musculatura humana só estaria inteiramente em jogo, só atingiria seu mais alto grau de força e o movimento perfeito da "decisão" – o que, seja como for, o ser exige – no transe extático.
Não se pode liberar de seus antecedentes religiosos a possibilidade – que, apesar das aparências, permanece aberta ao descrente – da experiência mística? liberá-la da ascese do dogma e da atmosfera das religiões? liberá-la, numa palavra, do misticismo – a ponto de ligá-la à nudez da ignorância?
Para além de todo saber está o não-saber, e quem se absorvesse no pensamento de que, para além de seu saber, não sabe nada, ainda que tivesse a inexorável lucidez de Hegel, não seria mais Hegel, e sim um dente doído na boca de Hegel. Só uma boa dor de dente é o que estaria faltando ao grande filósofo?

Código: 1596
EAN: 9788582178492
Peso (kg): 0,446
Altura (cm): 22,50
Largura (cm): 15,50
Espessura (cm): 1,80
Especificação
Autor Georges Bataille
Editora Autêntica
Ano Edição 2023
Número Edição 1

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experiência interior, A

  • Disponibilidade: Esgotado
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