«Uma constatação que posso verificar, com grande pena, a cada momento: só são felizes aqueles que nunca pensam, ou, dito de outra forma, aqueles que pensam o estritamente necessário para viver. O verdadeiro pensamento assemelhase a um demónio que turva as fontes da vida, ou então a uma doença que afeta as próprias raízes. Pensar constantemente, colocar-se questões capitais a cada momento e experimentar uma dúvida permanente quanto ao seu destino; estar cansado de viver, esgotado pelos seus pensamentos e pela sua própria existência além de qualquer limite; deixar atrás de si um rasto de sangue e de fumo como símbolo do drama e da morte do seu ser é ser infeliz ao ponto do problema do pensamento vos dar vontade de vomitar e de a reflexão vos aparecer como uma condenação.» Nenhum filósofo foi tão radicalmente pessimista como Emil Cioran. Escrito de um fôlego quando o autor tinha apenas 22 anos, Nos Cumes do Desespero marca o início de uma carreira literária tão fulgurante quanto solitária. Escrevendo literalmente para não se suicidar, Cioran reflete com uma lucidez sem precedente sobre temas como a alienação, o ceticismo, o desespero, a fatuidade, a decadência e o absurdo da existência. A humanidade deve-lhe alguns dos parágrafos mais desassombrados e intensos sobre o vazio da sua condição.
Código: |
103411 |
EAN: |
9789724423739 |
Peso (kg): |
0,200 |
Altura (cm): |
20,80 |
Largura (cm): |
13,50 |
Espessura (cm): |
0,70 |
Especificação |
Autor |
Emil Cioran |
Editora |
Edições 70 |
Ano Edição |
2020 |
Número Edição |
1 |