Esta obra oferece um contributo para a área emergente dos estudos de periódicos modernos. Além da análise comparativa entre dois momentos culturais em localizações distintas (Portugal e Estado Unidos da América), reflecte acerca da especificidade das revistas literárias como um subgénero no campo literário. Tomando-as como projectos colaborativos, segue a concepção da criação literária e cultural a partir de uma autoridade partilhada como um dos aspectos mais emblemáticos das revistas. Os textos lêem-se em diálogo e em processo, resultando a revista num fórum, no qual a comunidade de escritores, direcção e conselho editorial imaginam, se não criam, uma comunidade leitora específica e um discurso próprio. O foco da análise é o papel das ideias e das estéticas modernistas na imaginação da identidade nacional, à época do modernismo. A hipótese de trabalho é que as revistas funcionam como espelhos das comunidades-nações e que, embora se imaginem como puras e homogéneas, são, como estas, descontínuas e híbridas.