Imagine se Deus nos tratasse da mesma forma como cuidamos de nossos filhos: — Se você me responder mais uma vez, vai ficar sem o seu celular durante um mês. — Quando terminar seu jantar, então — talvez — você possa comer a sobremesa. — É melhor você ter uma boa razão para ter batido no rosto do seu irmão. — Se eu tiver de pedir mais uma vez para você calçar os sapatos para ir à escola, eu vou levá-lo só com as meias. Quanto mais focado ficamos sobre uma educação perfeita dos filhos, pior ela fica. As condições se tornam mais definidas, os objetivos mais elevados, e coisas mais simples — como amar um ao outro assim como são amados — tornam-se impossíveis. Já passei por isso. Apesar de minhas intenções serem boas, meu objetivo pessoal e meus cuidados como mãe ficaram longe disso. Longe porque, ao longo do dia, eu me concentrava no que iria fazer de forma diferente, naquilo que eu poderia mudar, naquilo que eu tinha feito de errado, em como poderia satisfazer meus filhos, minha família, meus amigos, minha carreira, meu marido, meu Deus — mais neste ano do que tinha conseguido no ano passado. Isso era tudo para mim. Um dia, exausta depois de uma longa semana, e pressionada pelas incumbências com as crianças, fiz um comentário com uma amiga a respeito de minha filha, que a deixou aborrecida comigo, como minha filha demonstrou em sua reação: “Mãe! Como você pôde?” Fora a primeira vez que eu a deixei aborrecida. Eu errara, e ela se sentiu levemente traída. Na verdade, eu tinha tentado arduamente dar o melhor de mim naquele dia: fazendo tudo, dedicando tempo para tudo, arrumando todas as coisas. Durante todo o dia eu tinha tentado, mas bastaram apenas cinco segundos de um comentário infeliz para defrontar-me com o inimigo: o fracasso. Alguém que eu amava estava magoada e decepcionada, e esse alguém era a garota mais preciosa do mundo, e estava olhando para mim com olhos cheios de lágrimas. — Estou muito, muito triste, amor. Sinto muito. Por favor, perdoe-me. Eu não sabia. Eu nunca teria mencionado nada se eu soubesse que você se sentiria assim. Eu nunca deveria ter dito isso. Perdoe-me. Eu sinto muito. Sua tristeza e decepção cresceram em meio às lágrimas. Com o coração frustrado, deixei escapar a exclamação: — Isso tudo é novo para mim! Eu não tenho nenhuma ideia do que estou fazendo. Absolutamente nenhuma ideia! — O quê? — limpou as lágrimas. Ela viu uma abertura. — Espere aí, o que você quer dizer? Confessei, calmamente: — Isso tudo é novo para mim também. Eu nunca tive uma menina de sete anos antes, e vou orar para que Deus me mostre o que eu preciso fazer para agir corretamente com você. Por mais chocante que minha confissão tenha sido para ela, foi exponencialmente mais assustadora para mim. Mas, para minha surpresa, a estranha cratera aberta pelo meu desesperado reconhecimento acabou por ser preenchida com o maior conforto de uma fantástica verdade: Eu sou o que Deus diz que sou. Eu não sou uma mãe perfeita. Eu nunca serei. E isso não é um problema, porque ele é tudo de que eu preciso. Da mesma forma que a água do oceano enche lentamente um buraco cavado na areia molhada, Pais amorosos, filhos felizes enche meus dias com a paz. Eu não posso agradecer o suficiente a Jeannie Cunnion por ser um presente para mim, e uma voz de honesta sensibilidade para os pais. Ela é capaz de oferecer os toques mais refrescantes para nos ajudar a lembrar tudo o que o Senhor nos diz e o que ele tem feito por nós, para nos libertar dos grilhões da excessiva expectativa. Sua capacidade de nos chamar a atenção, viajando ao longo de seus dias de derrota, desafio, ou momentos de graça com seus filhos, não só os torna compreensíveis, mas abre nossos olhos. A capacidade de Jeannie para relatar um simples momento e usá-lo para explorar uma verdade extraordinária faz com que eu me sinta renovada. Este mundo tenta levar nossos filhos para longe de Deus, e como uma mãe desesperada para fazer com que meus filhos tenham um coração