Durante os sete meses em que trabalhou no campo de refugiados de Idomeni (Grécia), no auge da crise humanitária que assolou o continente, o pesquisador e especialista em direito internacional Gabriel Bonis conviveu com milhares de novos residentes, sírios em sua maioria, e decidiu contar a história trágica desse pequeno vilarejo perdido entre a fronteira da Grécia e Macedônia. Foi apenas em 2015, quando mais de 1 milhão de refugiados bateram à porta da Europa em busca de proteção, que a crise pareceu ganhar proporção global — ao menos para o Ocidente. A maior parte dos refugiados sírios está em países vizinhos, como o Líbano, onde 1 em cada 6 habitantes é sírio. Mas a crise de refugiados, contudo, não é apenas da Síria. Em 2016, 65,6 milhões de indivíduos a abandonarem suas casas devido a guerras e perseguições, um número maior do que na Segunda Guerra Mundial, segundo a ONU.