Com a infiltração do conceito de “guerra psicológica”, usual entre militares, no campo psicanalítico e a cooptação de profissionais e associações psicanalistas pela ditadura militar brasileira, a psicanálise brasileira se descaracteriza, paradoxalmente durante sua fase de disseminação, quando se consolidam tanto as múltiplas correntes dos movimentos psicanalíticos como uma literatura crítica, e o IPA (Associação Internacional de Psicanálise, na sigla em inglês) alcança sua hegemonia no Brasil.
Rafael Alves Lima, em pesquisa minuciosa de fontes primárias e testemunhais, mostra que a ditadura brasileira impôs aos movimentos psicanalíticos um processo contraditório de consolidação e expansão no país, cujo histórico de distorções de fronteiras entre espaços civis e militares gerou colaborações e resistências, como provam os arquivos.
O objetivo do livro é reconstituir o papel desempenhado pela psicanálise no Brasil durante o período ditatorial entre 1964 e 1985, com base em pesquisa nos arquivos , desde a aliança de ocasião do autoritarismo militar com setores liberais da sociedade civil, passando pelo endurecimento do regime nos últimos anos da década de 1960 e início da de 1970, até o período da abertura política nos anos 1980. O autor analisa crítica e factualmente como se portaram os movimentos psicanalíticos frente às injunções da ditadura. Pela qualidade dos arquivos, se chega a uma compreensão da política do segredo na história da psicanálise que se transforma em uma espécie de silenciamento sobre o passado. Agora, algumas vozes começam a ser ouvidas.
Código: |
164607 |
EAN: |
9786555052077 |
Peso (kg): |
0,504 |
Altura (cm): |
22,50 |
Largura (cm): |
13,50 |
Espessura (cm): |
2,50 |
Especificação |
Autor |
Rafael Alves Lima |
Editora |
PERSPECTIVA |
Ano Edição |
2024 |
Número Edição |
1 |